O Homem é um animal político. E não pode deixar de o ser. Mas, tem de cumprir Jean Jacques Rousseau, tem de defender a rota da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Lapidar. Se o não fizer, cai na pulhitiquice - que é rasca.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Não gosto deste 25 de Abril
Pronto! Conheci o Salgueiro Maia, conversei com o Salgueiro Mais, fiquei amigo do Salgueiro Maia, acompanhei a sua via sacra, fui ao funeral do Salgueiro Maia. Que deveria ter-se chamado Salgueiro Mais.
Penso, creio - estou certo? - que ele, na sua ingenuidade de Homem Bom, sincero, valente, humilde e escassamente político, ou mesmo nada, não gostaria deste 25 de Abril de 2012. Como muito gostou do 25 de Abril de 1974. E do que nele fez.
Eu não gosto deste que hoje está a decorrer. Adoro o de 1974 que, infelizmente, segui desde Luanda. Chorei ao ouvir as notícias da rádio que nos iam dando as novidades da data da redenção.
Os meus filhos perguntavam à mãe o porquê do pai estar lavado em lágrimas. De tristeza?, inquiriam. E a Raquel, nada, não, é de alegria. E eles a matutarem sobre essa estranha coisa de chorar de alegria. Que nunca tinham visto. Estaria o pai bem?
Voltei-me para a minha mulher e sussurrei: e de raiva por não estar lá!!!. Baixinho, para que os putos não ouvissem e ainda estranhassem mais.
E, de novo, o pai está bem?, está óptimo, feliz, contente. E o choro, só quando dói é que a gente chora... O pai, depois, explica-vos. Mas, podem ter a certeza absoluta, o pai e eu estamos satisfeitíssimos.
Eu não gosto deste estranho 25 de Abril deste ano. E também não gosto deste Governo. E também não gosto deste Presidente da República. Continuo a gostar do capitão Salgueiro Maia; que, repito, deveria chamar-se Mais.
Antunes Ferreira
(*) Também publicado nos Alcatruzes da Roda
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