Compreensão e água mole
Antunes Ferreira
São membros elevados da Igreja – o que é estranho – são trabalhadores da Administração Pública, são profissionais independentes, são professores, são médicos, são advogados (estes pela voz do bastonário), são as centrais sindicais, são os reformados, são os estudantes, são os reitores de Universidades, são outros e outros e outros mais; agora foram os militares. Perante o que Mário Soares considerou que «desta vez deu-se um passo muito importante. Temos uma manifestação dos militares. E não é uma coisa fácil, é algo que deve impressionar as pessoas, que têm de reflectir e têm de agir, dizendo o que pensam e insistindo para que as coisas tomem o seu caminho».
Face a isto, o primeiro-ministro disse compreender a indignação de muitos dos portugueses. «Nas democracias, faz parte da regra que as pessoas possam manifestar-se. Era o que faltava que, em Portugal, as pessoas não pudessem manifestar o seu descontentamento» que queria «desejar uma palavra a todos eles [os manifestantes] de compreensão pelo facto de sabermos que estamos a pedir às pessoas um nível de sacrifício muito elevado». Saiu de imediato, a CGTP respondendo que uma coisa é dizer que se percebe a indignação e outra bem diferente é estar disponível para ouvir os trabalhadores.
E outras coisas ainda completamente diferentes foram as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho que, não aceitando as manifestações de militares fardados (nesta estavam à civil), disse que um caminho era um novo golpe de estado para derrubar o actual Governo, assim ao jeito de outro 25 de Abril. Mas, sempre foi acrescentando o que já anteriormente afirmara, ou seja soubesse ele ao que «isto chegou» e não teria feito esse movimento castrense. Singularmente, na Grécia, há uns dias, Papandreou demitiu as três chefias militares e os seus colaboradores mais directos. Mas isso são outros quinhentos mil réis.
Será que a nossa típica resignação está a chegar ao fim? Será que a poesia vai ser substituída pela acção? Sinceramente, não creio. Mas água mole em pedra dura tanto dá…
Situação difícil essa a se enfrentar meu amigo.
ResponderEliminarTorço sempre pela solução democrática.
Um grande bj no teu coração.
Bjs a toda tropa: Raquel, bonitões e docinho.
Caro confrade e amigo Henrique Antunes Ferreira!
ResponderEliminarOs detentores do poder têm que acatar as manifestações, que deixam patente a insatisfação com as políticas públicas implementadas!!!
Caloroso abraço! Saudações democráticas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Olá, Henrique!
ResponderEliminarQue isto vai muito mal - e que certamente ainda ficará pior - é algo com que todos estaremos de acordo.Como estaremos de acordo com o direito à indignação e manifestação.
Mas já não estou certo se todos aqueles que protestam terão razão...Há muito oportunista a querer misturar-se, cavalgar a onda, a querer passar por aquilo que não são ...
Abraço amigo; e não te esqueças que te espero lá na loja...
Vitor
Caríssimo sou Primeiro sargento da Armada na reforma extraordinária,estive lá 17 anos se não cavasse para a estranja eu e a família tínhamos morrido de fome.
ResponderEliminarAmo o meu País mas fiquei cheio dessa corja.
Abraço.
HenriquAmigo
ResponderEliminarConfio naqueles que dizem "cuidado com os mansos, porque um dia, quando menos se espera, dão um coice tão forte, que levam tudo pelo ar".
As manifs de ontem surpreenderam-me pela sua dimensão, mas não terão consequências imediatas.
Sabes o que penso?
É que Cavaco um dia destes farta-se das indirectas do Coelho e a panela de pressão rebenta. Mas, sinceramente, não sei se o capítulo seguinte será melhor. Os amigos de Cavaco que conhecemos até ao momento são pessoas pouco recomendáveis...
Abraço amigo e bom domingo.
PS: O meu CR está em obras.
O povo é sereno.
ResponderEliminarFerreirAmigo,
ResponderEliminarMandar usn bitaites, a 16 000 Kms de distância, sem estar a viver a situação por dentro, seria fácil.
Como dizem os nossos amigos brasileiros, "pimenta no cu dos outros, para mim é refresco".
Por isso mesmo, é melhor ficar caladinho.
Até porque não estou a gostar nada do que estou a ver.
Nesta altura, com estas dificuldades, São bento e Belém à chapada?
O Passos Coelho também anda a escutar o Cavaco???
-SE!!!
Aquele abraço e boa semana
Como brasieiro que sou, acho que o grande povo portugues tem que se manifestar contra essa corja de mesmos, os quais desde que me entendo por gente, ou é um, ou é outro no poder, isso tem que acabar. E o caminho para isso é gritar, espernear se fazer ouvir, porque só assim se resolve e se não resolver tem que partir para porrada.
ResponderEliminarAmigas e Amigos
ResponderEliminarCom tantas coisas que tenho para fazer - quem disse que reformado está sempre de papo pró ar?... - não respondi aos meus caros correspondentes; andei por outras paragens... Desculpem-me
Nas, hoje é que é. Obrigado
Gisa
ResponderEliminarEu também sou pela Democracia e pela Liberdade, já o sabias e creio que todos os restantes também.
Mas... há limites...
João Paulo
ResponderEliminarO diálogo é insubstituível, porque inultrapassável. Porém, o mal é que há muita gente - a começar por este Governo - que faz por se esquecer disso, apesar de estarmos em Liberdade e Democracia...
Vítor
ResponderEliminarEm todas as ocasiões há oportunistas e aproveitadores. Infelizmente, eles sempre existira, existem e existirão. A malandra da vida é assim...
Continuo, porém, a defender que os cidadãos... defendam os seus pontos de vista e as suas opiniões. Daí que se manifestem...
PS (aqui é Post Scriptum) Vou lá passar, prometo
Carlos
ResponderEliminarO busílis da questão é esse mesmo. Depois de mim virá, quem bom de mim fará? Nada, nada, todos os que estão no poleiro dizem sempre que os que os antecederam foram piores... do que o deus-me-livre.
Tu sabe-lo: não gosto de coelho, a não ser à caçadora e este que temos não se caça; nem se cansa - de bolsar asneiras.
Quinhentos
ResponderEliminarSendo assim... é só fumaça; que desgraça.
Gerson
ResponderEliminarA porrada é, sempre, em desespero de causa e nunca dá nada de bom. Mas, a verdade é que o descontentamento vai aumentando... e só com cinco meses de (des)governo.
João Pedro
ResponderEliminarIsto está uma salganhada do catano. NB - Explicou-me uma linda menina num lindo e-mail que recebi que não é salgalhada, é salganhada. E, para além de ser gira, está certa...
Zangam-se as comadres, mas ainda não se descobrem as verdades. Logo se verá.