quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Frankensteins 
à portuguesa

Antunes Ferreira
PPC é demasiadamente arrumadinho, penteadinho, engravatadinho, para ser o Frankenstein cá desta santa terrinha. Mas, é. Gaspar é, também demasiadamente arrumadinho, penteadinho, engravatadinho, para ser o Frankenstein II cá desta santa terrinha. Mas, é. Pereira é, ainda, demasiadamente arrumadinho, penteadinho, engravatadinho, para ser o Frankenstein III cá desta santa terrinha. Mas, é. Mas, são.

Viram a entrevista do dr. Coelho ontem na SIC? Eu não vi, felizmente, mas uns quantos que viram contaram-ma logo a seguir. E li nas Notícias Google, imediatamente após. Dizem-me que há gente que se transformou, em frente do ecrã televisivo, em estátua de sal, como a mulher de Ló, quando fugia de Sodoma e Gomorra; olhou para trás, lixou-se.

O pesadelo, mesmo depois da aprovação do «mais difícil Orçamento de sempre», segue nos próximos capítulos. 2012 ameaça tsunami. Os apertos, já tão pesados, serão mais… apertados. O que quer dizer que a austeridade será mais… austera. Os sobreviventes: aos abrigos! A desordem será mantida, contra tudo e contra todos. E as forcas de segurança continuarão atentas. As forças também.

Porém, Coelho deu mais passos. Enviou ontem ainda um recado claro a Cavaco Silva: «O Governo não foi eleito para expressar as opiniões do Presidente.»  O primeiro-ministro afirmara antes que as críticas de Belém ao OE não punham em causa as relações institucionais, uma vez que também «o Presidente da República não foi eleito para representar o PSD».

O chefe deste Governo sublinhou que o seu papel é demonstrar lá fora, aos parceiros europeus, que não existe «um problema entre os órgãos de soberania» na aplicação do memorando da troika. Se Cavaco Silva tiver dúvidas sobre o OE, «estará no seu direito" e «tem prazos próprios para o fazer», acrescentou.

Já hoje,  António José Seguro, comentou a entrevista,  acusando Passos Coelho de «baixar os braços» e, com «insensibilidade social"» dar «pesadelos aos portugueses» em vez de dar «soluções», isto por ter pré-anunciado «mais medidas de austeridade». Segundo Seguro, o primeiro-ministro revelou na entrevista de quarta-feira que não acredita no seu Orçamento, desresponsabilizando-se da sua execução, e demonstrou que existia a «margem» que os socialistas têm vindo a reclamar para atenuar o embate da austeridade.

O secretário-geral socialista encontrou nas declarações de PPC a prova de que o projecto político do Governo é o da «direita mais conservadora e ultra-liberal» que já esteve no poder em Portugal. Tem uma referência, os mercados, nada contra os mercados, tudo pelos mercados. A lógica é portarmo-nos bem porque os mercados hão-de nos agradecer, a lógica é portarmo-nos bem porque os mercados depois vão ser nossos amigos e vão baixar as taxas de juro, a lógica é portarmo-nos bem porque os mercados hão de nos reconhecer e abençoar».

A velha Albânia ao pé desta gente que diz que nos governa – o que é uma redonda mentira, porque quem o faz é essa estranha figura bissexual a Merkosy – era uma estagiária de aprendiz de auxiliar de praticante. Valha-nos a Senhora da Agrela, que não há santa como ela. Ámen. Mesmo assim, não acredito.

3 comentários:

  1. A Santa Austeridade veio para ficar, disso ilusões não há que tirar: vão crescer as romarias a Fátima e outros locais que tais pois as pessoas (leia-se: portugueses de segunda) não terão onde algo para comer ir buscar! Não há nada a esconder nem a inventar: nós que vamos morrer te saudamos, PPC... PP... VG... ASP... e, em especial, MRelvas, porque estaremos todos ao nível da relva dentro em breve, se relva ainda houver...

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  2. FerreirAmigo,
    Em casa onde não há pão.....
    Bfds
    Aquele abraço!!

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  3. É um fartar vilanagem.

    Abraço e bom fim de semana.

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