domingo, 4 de dezembro de 2011



Quem tem medo de greves?

+ Coelho não tem

Antunes Ferreira

O ministro Relvas foi vaiado no sábado, quando intervinha no Congresso Nacional das Freguesias. Depois do enxovalho, afirmou com irritação que a contestação de que fora alvo fora «organizada». Dá pena ver o ministro da Presidência ser tratado desta maneira em Portimão. O que se pode concluir é que já não há… maneiras.

Metade da assistência abandonara a sala antes mesmo do discurso do governante; mais uma prova da má formação de presidentes das Juntas de Freguesia. E, até, da má educação. Há dias em que um homem, mesmo sendo chefe de um ministério, não pode sair de casa, à noite. Mas a vontade verdadeiramente indomável do segundo braço direito de Passos Coelho não se vergou, nem verga. Temos homem.

Neste domingo, o próprio primeiro-ministro veio a público dizer que o também ministro dos Assuntos Parlamentares fora alvo de uma contestação «organizada». Organização governamental – perfeita.  Solidariedade governamental: mais que perfeita. Mas, ainda disse mais: a reforma na administração local é para ser concretizada, dê lá para onde der. Não foi de modas: «Não vamos adiar esta reforma. Este não é um problema pessoal, é um problema do país (…) «Temos de a fazer. Aqueles que são hoje presidentes de junta têm a obrigação de ajudar a reorganizar o país», reforçou.

E, numa afirmação de valentia inquestionável, Coelho garantiu não ter «medo de greves» e prometeu «travar todas as batalhas» para alterar uma lei laboral que actualmente apenas gera «desemprego e precariedade». Para o chefe do Executivo, «o maior mito que se tem vivido na sociedade portuguesa é que não se pode mexer na legislação laboral para não afectar os direitos» dos trabalhadores.

«A quem serve este regime, que supostamente é extremamente avançado de direitos sociais? Que regime avançado é este que só gera desemprego, precariedade, recibos verdes ou contratos a termo? Temos medo das pressões, ou da contestação ou das greves que possam surgir? Eu não tenho!» Temos também homem. Sem medo. Homem que vai salvar o País, mesmo que este não queira. Ou seja um verdadeiro escuteiro, ainda que sem escutas. Ou...

2 comentários:

  1. Coitado do Relvas, que não merecia aquilo...Merecia mais, muito mais.
    O escuteiro há-de forçar a velhinha a atravessar a passadeira, quando ela não queria.

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  2. FerreirAmigo,
    De uma coisa tenho a certeza - tem que se mexer nas autarquias.
    Como estão, para além de serem sorvedouros de dinheiro são, tantas vezes, modelos de populismo, caciquismo.
    Nem é preciso dar exemplos....
    Aquele abraço e boa semana

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